CARACAS na Venezuela.

Chegamos em Caracas no voo da Tam às 20h e achamos estranho ver o aeroporto internacional praticamente deserto e percebemos que não há um grande fluxo de turistas naquela cidade. A pequena quantidade que chega, pernoita próximo ao aeroporto para seguir para o Arquipélago de Los Roques no Caribe venezuelano.
Plaza de Altamira
Com a gente é diferente. Gostamos de conhecer a capital de cada país que visitamos, mas dessa vez quase nos arrependemos desse costume. A cidade está um caos, assim como quase tudo na Venezuela. O clima estava tão denso, que se podia cortar com uma faca. E a sensação inicial virou certeza nos momentos que passamos lá, tanto é que dos quatro dias que reservamos para a cidade, passamos somente um.
Depois de fazer o cambio de uma pequena quantidade de dólares no câmbio negro com um rapaz da própria segurança do aeroporto (no câmbio oficial se perde muito), pegamos um taxi OFICIAL  (mais caro, mas seguro) e fomos direto para o Hotel Altamira, no centro do bairro de Altamira, considerado o melhor para se hospedar. 
Favelas e prédios de classe média misturados em toda a cidade.
Durante o trajeto, o taxista nos informou da situação caótica que vive a população e que estava perigosíssimo fazer turismo por causa dos inúmeros protestos que aconteciam em vários pontos da cidade. Por isso não saímos à noite. Comemos uns lanches que levamos na mala e cama.

No dia seguinte, ao sair vimos que não seria prudente conhecer a cidade sozinhos. Fizemos o câmbio (no mercado negro) com o recepcionista do hotel e decidimos ligar para um guia turístico que é muito bem conceituado no site mochileiros.com. Seu nome é REYNALDO (no facebook busque por Caracas City tour) e foi muito solícito quando ligamos para ele.
El Hatillo.
 Em meia hora, já estávamos em seu carro em direção ao bairro El Hatillo. Na verdade, ligar para ele foi a melhor decisão que tomamos enquanto estávamos em Caracas.
 El Hatilho é um povoado charmoso localizado no Estado de Miranda, cerca de uns 40 minutos de carro de Caracas. Foi declarado Patrimônio Nacional pelo valor arquitônico do local, pois possui construções bem características.
 São casas multicoloridas e ruas estreitas, uma combinação perfeita que dá um charme especial para o povoado.
 Um "barrio" (favela) em El hatillo.
 Experimentamos a Chicha gelada, uma bebida à base de arroz, leite, açúcar e gelo. Uma delícia!!!!!!! Passeamos um pouco, visitamos uma loja de artesanatos e compramos várias lembrancinhas. A cidadezinha é realmente encantadora.

Plaza Simón Bolívar em El Hatillo.
Depois de conhecer El Hatillo, seguimos para o Mirador, visto que ou por azar nosso ou por não haver turistas mesmo, o Teleférico de Caracas (atração principal da cidade), estava fechado para manutenção. Mesmo assim, tiramos fotos muito boas no Mirador. Do alto, Caracas até que é bonita.
Mirador.
Conversamos muito com o Reynaldo e ficamos sabendo o quanto a população sofre sem ter produtos da cesta básica para comprar, sem sistema de saúde, educação, etc. O trânsito também é muito caótico. Fiquei realmente comovida com a situação que os Venezuelanos estão passando.
Seguimos para a Igreja Presbiteriana de Caracas, uma construção bastante curiosa, pois é toda em madeira e não leva pregos. Uma construção bem diferente da arquitetura caraquenha.
Igreja Presbiteriana de Caracas.
Monumento à Independência Venezuelana.
Depois da Igreja, seguimos para o lugar que eu mais gostei em Caracas. O Passeo Los Próceres fica em uma região militar, e por isso bastante segura (o único lugar em que nos sentimos realmente seguros na cidade). É uma mistura de parque, monumento, local para desfiles militares, etc. Há fontes e chafarizes muito bonitos.
Monumento de La Nación a sus Próceres e estátuas de vultos históricos.
Detalhes do Monumento de La Nación a sus Próceres.
Reynaldo nos explicou muitos fatos sobre a independência da Venezuela e o papel que Simón Bolívar teve neste episódio. O sonho dele era criar um país chamado Grã Colômbia (que sería considerado os Estados Unidos da América do Sul), por isso ele participou no processo de independência de vários países.
Paseo Los Próceres.
Simón Bolívar ainda é considerado um herói, um revolucionário e um libertador com ideias vanguardistas. Lutou no processo de independência da Venezuela, do Panamá, da Colômbia, do Equador, do Peru e da Bolívia, ou seja na maioria dos países da América do Sul. Por isso ainda é tão reverenciado.
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Espelho D'Agua e duas colunas de palmeiras coloniais.
O lugar é realmente lindo. Há várias fontes, muitas palmeiras, árvores, pátio para desfiles militares e muitos monumentos. Nem parece que se encontra no meio da caótica Caracas. O trânsito até chegar lá é uma loucura, mas uma vez no Paseo, o estresse é logo esquecido para dar lugar à tranquilidade.


Monumento a Los Precursores, todo em mármore.
Passamos um bom  tempo no local conversando, fotografando e passeando. Foi lá que o velório de Hugo Chaves aconteceu, houve fila de mais de 12 horas para a pessoa poder chegar próximo ao caixão para dar seu último adeus. 
Plaza de Altamira.
Reynaldo nos deixou próximo à Plaza de Atamira, depois de ter nos ajudado a comprar as passagens aéreas para o arquiélago de Los Roques, nosso outro destino na Venezuela. Fomos caminhando até a praça, mesmo sabendo que um protesto contra o governo estava acontecendo ali. 
 O clima em Altamira estava realmente tenso!!
Havia uma aglomeração de pessoas na praça e uma vez lá, ficamos sabendo que o protesto não havia começado, era somente a concentração. Recebi um folheto que me deixou à par da situação em que se encontra a população. Realmente, a coisa está feia na Venezuela.
Panfleto que recebi na praça.
 Ficamos pouco tempo. Estavam chegando dezenas de policiais em motocicletas e como o clima estava muito tenso, saimos rapidamente de lá e voltamos para o hotel. Jantamos em um restaurante ao lado do mesmo.
Catedral Metropolitana de Caracas.
No dia seguinte, logo pela manhã fomos ao Centro Histórico para conhecer a Catedral Metropolitana de Caracas e o que aparecesse de interesssante por lá. Tínhamos pouco tempo, pois teríamos que estar às 13h no aeroporto para seguir viagem para Los Roques. Não vimos muita coisa boa no Centro. 
Passeamos somente na região próxima à Catedral, tiramos umas fotos e decidimos tomar um taxi (tem que negociar preço antes, pois não há taxímetro) para voltar ao hotel. Almoçamos de novo no restaurante da noite anterior, fizemos o check out, pegamos um taxi que a recepção do hotel telefonou, acertamos o preço e fomos ao aeroporto.
Na verdade, não disfrutamos, não relaxamos e não gostamos de ter conhecido essa cidade. Graças ao Reynaldo, que nos acompanhou durante um dia, não foi um fiasco total. Definitivamente não voltaríamos.

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